sábado, 11 de dezembro de 2010

INIMIGOS EXISTEM.... AINDA BEM!

Karl Marx já dizia que a História é construída a partir da luta e do confronto de classes, que possuem interesses opostos e vão dinamizando o meio social... Há sempre o servo e o senhor, o burguês e o proletário, a situação e a oposição...
Pois bem, nem sempre a situação pode vencer, mas também nem sempre a oposição pode triunfar. Um dia se está no topo, no outro se está embaixo: essa é a lógica da vida, que muitos conhecem como as diversas voltas que o mundo dá.
Há quem considere a existência da oposição como um ultraje aos interesses da situação e a conquista de uma vitória pelos opositores como a mais concreta evidência da perda da guerra.
Analisando sob uma outra perspectiva, a oposição deve existir. Alguma vez no passado, ouvi ou li algo semelhante como alguém dizer que prefere os inimigos aos amigos, pois os primeiros, enquanto o criticavam e o perseguiam duramente, faziam-no crescer, e os amigos, sempre fazendo elogios, corrompiam-no. A verdade é que a vida é mais ou menos assim mesmo no fim das contas.
Precisamos das críticas e das perseguições incessantes para podermos crescer como pessoa, como profissional, como governante, como filho, como pai, como elemento da evolução social. Do contrário, acomodamo-nos e deixamos de tentar evoluir porque achamos que do jeito que as coisas estão está bom...
A oposição nos vigia, presegue-nos, contradiz-nos, critica-nos, enfurece-nos às vezes, caluneia-nos, trava-nos, mas no faz ficar "espertos", perceber onde estamos errando para melhorar e para evitar novos erros e condenações. Sua presença nos faz trabalhar e escolher melhor.
Em suma, o triunfo da oposição não deixa de ser o triunfo da situação. Mas há diferenças obviamente: o primeiro é imediato enquanto o segundo assume uma perspectiva a longo prazo.
Não se deve confundir isso com apoiar a oposição. Napoleão Bonaparte sempre ressaltava a seus soldados que deixassem seus inimigos andar com suas próprias pernas e, principalmente, que nunca os interrompessem quando estivessem cometendo um erro.
Essa é a lógica da virada da situação. Esperar nem sempre é uma demonstração de passividade, mas de sabedoria para escolher o momento certo para contra-atacar. Atacar, óbvio, sem traição e nem violência. É como bem diz um trecho de um livro chamado O Morro dos Ventos Uivantes, de Emily Brönte: a traição e a violência são lanças de duas pontas. Ferem os que a ela recorrem mais gravemente do que a seus inimigos.

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